“Vou fazer o possível para ajudar” – Serra e como funciona o golpe

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O atual momento político é de certa angústia. Após o deputado Eduardo Cunha, do PMDB, aceitar a abertura de um processo de Impeachment contra a presidenta Dilma, as forças políticas de oposição e situação começam a se mobilizar. Nesse meio, surge o nome do vice-presidente Michel Temer, também do PMDB. Assustadoramente quieto – ao menos publicamente, porque parece que nos bastidores ele vem se mobilizando consideravelmente -, Temer tem sido manchete de várias notícias, mas nunca como alvo. Não podemos ser ingênuos de achar que Temer não sabe que pode ser alvo do mesmo ataque um dia, seja do PT e apoiadores, de pessoas de dentro do próprio PMDB, ou ainda daqueles que parecem surgir como seus apoiadores agora, a oposição, mas que sabemos que são mestres na arte de “dar golpes”.

Sobre os últimos, hoje li uma entrevista reveladora com o senador por São Paulo – e eterno candidato frustrado à presidência – José Serra, do PSDB. Serra se posiciona, nessa entrevista, como um possível auxiliador para um futuro governo Temer e, sem muitos rodeios, transparece em seu discurso todos os detalhes de como se articula o golpe contra a presidenta Dilma. Antes de prosseguir num exercício de compreensão dessa entrevista, preciso reiterar porém que não apoio Dilma; apoio a democracia, as conquistas sociais e sou radicalmente contra a direita golpista que a plutocracia desse país sustenta. Dilma cometeu erros graves em relação à aliança espúria com PMDB e congêneres, à causa indígena, ao desastre de Mariana e a tantas coisas que é até difícil lembrar de tudo. Porém, e isso é importante dizer, há duas coisas que não se pode perder de vista: cair no discurso fácil do “todo mundo está errado e precisa sair” é mergulhar de cabeça no caos, é pecar pela ignorância e dar trela ao superficialismo político; o pedido de Impeachment é apenas um subterfúgio de Eduardo Cunha para se salvar das acusações que recaem sobre ele, e tenham certeza que ele não vai cair se a Dilma cair. E um cara com a ficha policial dele precisa cair.

Agora, a entrevista, com as falas da Folha em negrito, as de Serra em Azul Tucano, e comentada por este que vos fala em vermelho comuno-petralha-femi-gayzista.

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Impropério do dia

“O que vem incomodando essa gente é que a imprensa vem apresentando notícias que mostram abusos, nepotismo e maracutaia com o dinheiro público. Essa imprensa incomoda os donos do poder. E é só isso. Não é nenhuma objeção doutrinária que eles têm. É uma posição de conveniência. Não há país democrático no mundo sem imprensa livre. Aqueles que perseguem hoje a imprensa vão mais tarde perseguir credos religiosos. E essa perseguição não tem fim”


José Serra, candidato à Presidência.

Meu comentário? Se algum candidato tivesse culhões de peitar qualquer religião, eu votava de olhos fechados nele…

Valeu Tancredo!


Tancredo Neves foi eleito presidente pelo Colégio Elitoral em 15 de janeiro de 1985.

Foi o homem que recebeu dos militares o país – quebrado – depois da ditadura.

E como todo mártir que se preze, morreu dramaticamente antes de assumir.

Quem governou o país, naquele momento, foi um tal de José Sarney.

Sim, pra quem é mais novinho, é bom saber: o vice de Tancredo era José Sarney.

E sim, o Sarney foi presidente do Brasil…

O Sarney que era da Arena, partido de direita que dava suporte ao governo militar…

E que agora todos sabem muito bem o que faz como presidente do senado.

Já Tancredo… bem, morreu antes de se tornar presidente e virou mártir.

E seu neto, Aécio, governador de Minas Gerais, vive à sombra de seu legado, tentando ser algo mais que um Neves.

Mas o que ele é, senão neto do Tancredo?

Sua aprovação em Minas é fruto do seu trabalho ou dessa relação com o avô?

Faz-se necessário avaliar o que leva um homem com tal história política, com um sobrenome tão importante, recusar a aliança com Serra.

São dois os motivos:

1 – Aécio quer ser presidente, no lugar de Serra.

2 – Aécio sabe que Serra está perdendo força… e que vale mais a pena continuar em Minas e esperar o barco afundar.

Eu sei que a sua rejeição vem do primeiro motivo, mas é o segundo que pega agora.

Serra pode perder feio essa eleição, fato que uma aliança com Aécio não pode mudar.

Além do que, o PSDB só foi atrás de Aécio porque não poderá ter um vice do DEM.

Do partido de Arruda e Kassab.

Kassab (cujas denúncias foram oportunamente esquecidas pela mídia), aliás, ajudou a afundar ainda mais a candidatura de Serra.

Dilma, em compensação, opera um milagre: gruda em Lula que nem carrapato, mas mesmo assim cresce como figura política de personalidade própria.

E Aécio, o neto, sabe disso.

Sabe que nem o apreço que o brasileiro tem pela figura de seu avô pode, agora, levá-lo ao planalto ao lado de Serra.

Ele vê que, perdendo, Serra encerra sua trajetória política e abre caminho pra uma ascensão do mineiro.

Ele é novo o suficiente para enfrentar quem quiser em 2014.

Talvez sua aposta seja a posição mais centrada da atual oposição ao governo Lula.

Ainda mais, opondo-se a um Serra fragilizado, envolvido com políticos que mergulham num mar de escândalos.

Escândalos políticos não derrubaram a fé do eleitor em Lula.

Mas Lula é mais que um presidente, ele é um fenômeno.

Aécio é filho do amado Tancredo.

Serra é apenas o governador do estado de São Paulo…

E Sarney? Continua aí, firme e forte.

Onde está José Serra?


Hoje acordo e descubro que cassaram o Kassab.

Sabe quem é né? O prefeito de São Paulo que, segundo o filho da dona Marta tem cara de bisnaguinha Seven Boys.

Gilberto Kassab, um político de merda… dum partido que já deveria ter sido varrido duma democracia séria, o DEM.

O partido dos coronéis… em pleno século XXI.

O mesmo partido do José Roberto Arruda, aquele do panetone

Que antes foi aquele do painel

O Democratas, antigo PFL, é um partido formado por criminosos dissidentes de um regime ditatorial militar, por coronéis que escravizam pessoas no nordeste, por grileiros de terra, matadores e por aí vai…

E, há muito tempo, principal partido aliado do PSDB.

Aquele do José Serra, candidato à presidência da República.

Que, quando prefeito de São Paulo, teve como vice… Gilberto Kassab.

Que largou a prefeitura nas mãos de Kassab para concorrer ao cargo de governador.

O mesmo Serra que admitiu como propenso vice de sua candidatura o mesmo Arruda do panetone…

Vote num careca… e ganhe dois.

Senhor Governador… fale isso para o povo de Brasília, roubado pelo senhor seu camarada careca.

E agora, fale sobre seu apoio à candidatura de Gilberto Kassab à prefeitura de São Paulo.

Fale ao povo paulistano, que sofreu barbaridades com as enchentes esse ano…

Pronucie-se, senhor José Serra, sobre suas relações com esses políticos canalhas.

Ou o senhor tem medo?

Porque a Dilma tem que se pronunciar sobre cada passo que dá.

Cada palavra que o Lula diz gera uma série de implicações…

Serra… onde você está agora?

Agora que o prefeito, a vice e mais oito vereadores da SUA base aliada foram cassados…

Que o SEU antigo candidato a vice é réu num dos maiores escândalos de corrupção desse governo.

Reza a lenda que, um cara cabeludo e meio hippie lá da Galiléia, disse que quem não cometeu nenhum crime deve atirar a primeira pedra.

Será que o Serra e o FHC teriam coragem de recolher as pedras tacadas contra o PT?

E o Arthur Virgílio e os seus jatinhos?

E o Agripino?

E o Azeredo?

Onde estão todos eles? Tentando derrubar o Lula?

Achincalhando a Dilma?

Tentando destruir a Petrobrás?

Ajudando a Cutrale a escravizar nordestinos aqui em Araraquara?

Não vou fazer mais campanha para a Dilma. Meu voto é dela, é público e ponto final.

Mas é fato: todo eleitor que votar no Serra para presidente concorda com os crimes de seus comparsas.

Concorda com a invasão da tropa de choque à USP e à Unesp.

Com os desmandos do Kassab.

Com as privatizações do FHC.

Todo paulista que votar no Serra deveria ser expulso do Brasil.

Todo Brasileiro que votar no PSDB e no DEM deveria ter vergonha de ser brasileiro.